sábado, 19 de novembro de 2011

Casamento e planejamento financeiro precisam estar juntos

Casamento e planejamento financeiro precisam estar juntos sempreUm dos assuntos que mais gosto de abordar quando falamos de finanças pessoais é o quanto o dinheiro pode, para o bem ou para mal, influenciar a vida dos casais. Nosso grande amigo e mestre Gustavo Cerbasi foi muito feliz ao abordar o tema no best seller “Casais Inteligentes Enriquecem Juntos” (Ed. Gente). Desde então, aqui mesmo no Dinheirama já tivemos a oportunidade de promover discussões interessantes sobre o tema em muitos artigos.
A verdade é que quanto mais conversarmos sobre o tema, melhor! Quanto mais discutirmos detalhes e aprimorarmos a relação entre a vida conjugal e o planejamento financeiro, acredito que mais poderemos contribuir para o bom andamento das famílias. Nosso papel é justamente alimentar a discussão e promover o debate trazendo opiniões, exemplos e reflexões.
Dívidas, um problema fatal para os casais
Um dos primeiros pontos que me chama a atenção é a negação em enxergar que as finanças fora de ordem possuem um enorme poder destrutivo nas relações afetivas. Reparo no dia a dia de casais amigos que muitas vezes é mais fácil culpar alguma questão secundária e se deter na constante desculpa de que o parceiro é o vilão da história. “Ele” ou “ela” sempre “gasta mais, é descontrolado” e por ai vai.
As desculpas caem por terra quando fica claro que em poucos momentos o casal destinou um mínimo de tempo para conversar e planejar os sonhos[bb] e objetivos para o futuro. A realidade é mesmo essa: mesmo exercendo uma vida a dois, é comum encontrarmos casos de pessoas que vivem como se fossem solteiras e não enxergam nisso um problema. Você conhece casos assim? Tenho certeza que sim.
A situação vai se agravando e mais desculpas são trazidas para os poucos diálogos. Uma das mais comuns é acreditar que manter a independência financeira em relação ao parceiro é a “melhor alternativa” para o sucesso do casamento. Sim, é importante que cada um possa exercer sua atividade profissional e se realizar dessa forma (recebendo para tal), mas isso não quer dizer que a situação deva se resumir ao simples “este é meu dinheiro”.
Como ficam os objetivos da família? E os sonhos cultivados durante muito tempo, quando vocês ainda namoravam e noivavam? E os votos do casamento? Então vale tudo, mas não vale colocar o dinheiro na história de sucesso a ser construída? Como assim? Que cumplicidade é essa? Cuidado!
Vida a dois, inclusive na parte financeira
No decorrer do caminho, é normal existirem momentos de dificuldades. Tomemos o problema para encontrar trabalho como um exemplo que, via de regra, causa redução do poder de compra da família. Ora, justamente por isso a conversa sobre as escolhas e padrão de vida é fundamental. Agir assim para que, lá na frente, nas novas dificuldades, um não jogue a culpa no outro por uma decisão que não deu certo.
E quando falo de conversar sobre finanças com o cônjuge, não falo apenas dos gastos em comum que precisam ser planejados. É indispensável colocar na pauta algumas situações relevantes sobre o futuro, o que ainda não ocorreu e que se deseja atingir. Um dos pontos cruciais é justamente a aposentadoria: não seria o presente o momento de discutir seriamente como será a vida no futuro? É, além de você, muita gente sequer pensa nisso...
Se considerarmos os recém-casados, a situação fica ainda mais complicada: são muitos os casais que estão com problemas desde o inicio do casamento[bb]. Tudo porque não planejaram os gastos e apostaram em começar uma vida a dois com uma super festa, e uma dívida enorme. Decididamente, somos aquilo que escolhemos ser. Tenho convicção em afirmar que uma festa de poucas horas não compensa o sofrimento de uma dívida galopante que precisará de muito tempo para ser resolvida.
Pensar no seu futuro é importante para seus filhos
E os filhos? A maioria dos pais, ao saber da notícia de gravidez, já começa a imaginar e idealizar uma vida perfeita e sem privações para o pimpolho(a) que está pra chegar. Já imagina uma poupança que lá na frente servirá para o filho bancar a universidade, um carro, um consultório. Tudo lindo, mas como bancar essa história se você sequer consegue andar na linha com seu próprio dinheiro?
Esse sonho para os filhos pode se definir uma estratégia equivocada. É claro que o futuro dos filhos é importante, mas ele deve ser pensado ao lado de decisões capazes de garantir também a você um futuro tranqüilo. Digo isso porque também é comum vermos os pais se tornarem um problema financeiro que os filhos carregam por muito tempo. Você certamente não quer isso, quer?
Como você pode perceber, os assuntos não se esgotam. Não podemos “tampar o sol com a peneira”, simplesmente ignorando o assunto “dinheiro” em casa e suas consequências. Se você tem alguém com quem divide a vida, seus sonhos e metas, comece a trazer o relacionamento de vocês o assunto finanças. Faça isso de forma natural, construtiva, sem medos ou tabus. Encare a questão!
O planejamento financeiro bem feito também ajuda a enxergar melhor os principais vilões dos relacionamentos. Em muitos casos, a falta de romantismo pode ser explicada pela falta de dinheiro. É sempre muito difícil responder à pergunta que muitos casais se fazem ao lembrar que dinheiro é importante (o que geralmente acontece quando as dívidas são enormes): o amor[bb] continua, mesmo quando acaba o dinheiro?
Participe da discussão. Você fala sobre dinheiro com sua família? Isso já trouxe algum benefício prático? A relação melhorou? Conte-nos um pouco de sua história

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