História do Palmeiras
A História do Palmeiras começa com o Palestra Itália quando foi fundado em 26 de Agosto de 1914, por membros da colônia italiana da cidade de São Paulo, especialmente funcionários das Indústrias Reunidas Francisco Matarazzo. O intuito era de o clube unir todos os imigrantes italianos sob uma única bandeira e que, ao mesmo tempo, representasse o enorme contingente italiano já existente na cidade de São Paulo, no campeonato oficial de futebol.A formação de um clube de futebol foi simpático ao cônsul italiano, que via naquela nova entidade um meio de informar a todos italianos que agora havia uma só Itália, reunificada no final do século XIX.
Os principais idealizadores da fundação do clube foram; Luigi Cervo, Luigi Marzo, Vicente Ragognetti e Ezequiel Simone (que foi designado seu primeiro presidente).
Em 24 de Janeiro de 1915, o Palestra Itália disputa a primeira partida de futebol de sua história, e vence a equipe do Savóia, em Votorantim, por 2 a 0, com gols de Bianco e Alegretti. Logo nesta primeira partida, o Palestra Itália conquista seu primeiro troféu, a “Taça Savóia“.
No ano de 1916, o Palestra Itália consegue a vaga no campeonato paulista da APEA (Associação Paulista de Esportes Atléticos). A notícia da entrada do Palestra Itália no Campeonato Paulista oficial foi comemorada entusiasticamente pelos italianos e descendentes.
A estréia no campeonato aconteceu no dia 13 de maio de 1916, no Estádio da Chácara da Floresta, contra a A.A Mackenzie College . O resultado desta primeira partida oficial foi empate por 1 a 1. Jogaram pelo Palestra: Fabrini; Grimaldi e Ricco; Fabbi II, Bianco e De Biase; Gobbato, Valle, Vescovini, Bernardini e Cestari. O gol palestrino foi marcado por Valle.
Em 1917, a equipe se reforça, com alguns jogadores vindos do Ruggerone, clube do bairro da Lapa, e outros vindo do futebol do interior de São Paulo, e já no seu segundo campeonato, o Palestra Itália termina na segunda colocação.
Neste campeonato acontece o primeiro confronto com aquele que se tornaria, ao longo da história, o seu maior rival, o Sport Club Corinthians Paulista. Na primeira partida desta história, o Palestra vence por 3 a 0 . Os três gols foram marcados pelo atacante Caetano Izzo.
O ano de 1920 foi importantíssimo para a história Palestrina. O clube compra, por 500 contos de réis, o Estádio do Palestra Itália, incluindo todo o terreno da área social. Neste mesmo ano, conquista o seu primeiro título de campeão estadual, batendo o então poderoso Paulistano, por 2 a 1, em partida extra, já que ambos terminaram o campeonato com o mesmo número de pontos.
Primeiros Presidentes
Claro que a honra de se tornar o primeiro presidente do Palestra Itália caberia a um dos quatro principais batalhadores do seu surgimento. Daí o grande problema que herdou, um segundo após ser eleito, Ezequiel Simone. Não bastassem os bolsos vazios, aquele italiano se viu � s voltas também com uma série de conflitos de interesses, já que todos os 46 sócios-fundadores se julgavam no direito – e de fato o tinham – de fazer valerem suas opiniões particulares.
Pressionado, Ezequiel Simone permaneceu no comando por apenas 19 dias, cedendo seu posto a Augusto Vicari.
Lá fora, o mundo fervia. Ainda que � distância e com poucas informações, já que os meios de comunicação não tinham nem um ínfimo da potência que hoje possuem, sabia-se que toda a Europa estava envolta numa disputa bem menos nobre do que a da presidência do Palestra Itália: a Primeira Guerra Mundial.
A Itália lutava contra o kaiser alemão Guilherme II, mas a força do general germânico era muita. Tanta, que o governo não teve outra alternativa senão recrutar italianos espalhados por todos os cantos do mundo a também defenderem as cores de sua pátria. E, italiano legítimo, Vacari não fugiu � regra: arrumou suas poucas malas e embarcou num navio, fazendo o caminho de volta tão pouco tempo depois de ter chegado. Em seu lugar no Palestra assumiu Leonardo Paseto.
O primeiro jogo, a primeira vitória
Mas, se a falta de dinheiro do novo clube já era enorme antes da guerra, após sua instalação aumentou ainda mais. Tudo porque a colônia deixou de enviar ao Palestra os fundos que costumeiramente fazia. Não eram muitos, mas eram alguns. Tal dinheiro passou a ser enviado � Cruz Vermelha e � Pró-Pátria, instituições que ajudavam a Itália a enfrentar os poderosos canhões alemães.
Desesperado, vendo-se sem saída e sem fundos até mesmo para o pagamento das contas de água e luz, Paseto chegou � conclusão de que o melhor para todos, inclusive para o Palestra, seria a sua morte. Dali a pouco, acreditava, a guerra terminaria e, então, todos se reuniriam para ressuscitar o querido clube e o tornar grande e forte.
Mas não era desta forma que um dos idealizadores, Luís Cervo, pensava. Quase sempre calado, ele resolveu intervir de forma mais direta, como nunca fizera antes. Um murro na mesa e o juramento de que o Palestra não iria morrer, que o seu ideal e o dos outros três jovens imigrantes – Ragonetti, Marzo e Simone – haveria de vingar. “Uma partida de futebol! Temos que organizar uma partida de futebol!“, gritou Cervo. “Assim mostraremos que estamos vivos e que seremos grandes!“, concluiu.
A partida que seria a primeira do clube teria, claro, de ser vencida. Afinal, como provar � colônia e boa parte dos fundadores de que o Palestra Itália mereceria uma nova chance se, logo de cara, uma grande derrota surgisse.
Porém, a grandiosidade estava mesmo nos planos desta grande paixão. Assim, escolhido o adversário, o Savóia, clube da colônia italiana na cidade de Sorocaba – que é bom frisar: de fraco nada tinha – o time começou a treinar muito para que um grande papel fosse feito. A fim de chamar a atenção de todos os patrícios da região, ficou acertado que tudo o que se arrecadasse seria entregue � Cruz Vermelha italiana. Assim foi dito e assim foi feito, com a entidade beneficente recebendo 200 contos, uma fortuna na época.
Domingo, 24 de janeiro de 1915. Aquela tarde entrou definitivamente para a história não só do Palestra/Palmeiras, mas também de todo o futebol. Foi exatamente � s 15h00 que o primeiro time do Palestra entrou em campo. Os 11 heróis que vestiram a camisa azul com a faixa branca, levando sobre o coração o distintivo contendo a cruz da Casa Real de Savóia, foram Stilittano; Bonato e Fúlvio; Police, Bianco e Vale; Cavinatto, Fiaschi, Alegretti, Amílcar e Ferré.
Em campo, nada de muito amigável, apesar de se tratarem de duas equipes italianas. Jogo duro, disputado, mas que quiseram os deuses do futebol acabasse sendo vencido pelos italianos do Palestra e não pelos italianos do Savóia. O placar de 2 a 0, construído com os gols de Bianco e Alegretti, deu um novo sopro de vida ao Palestra, pouco antes fadado ao esquecimento.
De fora, olhos lacrimejados de emoção, sabor de vitória e de dever cumprido, estava Luís Cervo. Ele sabia que, dali em diante, seria impossível acabar com o clube que ele e muitos outros, apesar do pouco tempo, já tanto amavam.
Perseguição obriga Palestra mudarem de nome
Lembramos logo nos primeiros capítulos de “Nossa História” que as guerras mundiais sempre foram parte importante na vida do Palestra Itália. A primeira, que eclodiu em 1914, por muito pouco não causou o fim do clube que há apenas alguns meses nascera, já que todos os fundos que os “oriundi” inicialmente doariam para a nossa fundação passaram a ser enviados � Cruz Vermelha italiana. Não fosse a ação de homens como Luigi Cervo, como contamos, e certamente hoje não existiria o Palmeiras.
Mas a I Guerra Mundial não teria uma importância tão grande na vida do alviverde quanto a segunda. Vítima de um nacionalismo exacerbado e por isso mesmo absurdo, o Palestra Itália teve que se curvar as pressões e aos escusos interesses alheios sob pena de, caso resistisse mais do que resistiu, ver seu patrimônio dilapidado e terminando em mãos indevidas. Antes, porém, de explicar porque a guerra influenciou a vida do Palestra/Palmeiras, creio ser necessário discorrer um pouco sobre o conflito.
Em 1942, a Segunda Grande Guerra estava no auge. Havia ameaças de bombardeios em todos os cantos do planeta, tal a força que tinha a temível Luftwaffe, a força aérea alemã. O risco era tão iminente que, mesmo em locais em que poucos acreditavam que bombas pudessem cair, como São Paulo, aconteceram blecautes propositais. Por determinação do governo, todas as luzes da Cidade, inclusive as das residências, foram algumas vezes apagadas das 20h00 � s 22h00. Tratava-se de um treinamento: se um bombardeio acontecesse � noite, este ato atrapalharia a ação do inimigo, que perderia os pontos de referência para os alvos.
Tal atitude só foi tomada em 1942, praticamente três anos após o início da II Guerra Mundial, porque foi este o tempo em que o Brasil conseguiu ficar “em cima do muro” da questão. O presidente Getúlio Vargas demorou o quanto pôde para decidir entre os aliados, liderados pela Inglaterra e pelos Estados Unidos, ou pelo Eixo, que tinha a Alemanha como estrela principal e a Itália e o Japão como coadjuvantes. A relutância entre optar por um ou pelo outro lado, ainda que a postura nazista deixasse bem claros seus nefastos propósitos, se deu principalmente por questões econômicas: enquanto não tomasse partido, o Brasil poderia se valer financeiramente da luta nos dois lados.
Houve, também, a questão política, já que na ditadura em que estava o País naquela época existiam, entre os políticos de Vargas, simpatizantes do Fascismo criado pelo líder italiano Benito Mussolini.
Getúlio, desta forma, só decidiu optar pelas forças aliadas quando recebeu uma pressão do então presidente norte-americano, Franklin Roosevelt: os aliados precisavam utilizar o litoral do Rio Grande Norte, ponto estratégico na geografia do conflito, para a construção de bases aéreas e marítimas. Em troca, cerca de US$ 20 milhões seriam doados para a construção da Companhia Siderúrgica Nacional, a CSN, menina-dos-olhos do então ditador. Se não cedesse seu território, tal postura seria considerada uma “má vontade” para com os aliados. Comentava-se até pelos quatro cantos do País, em tom irônico, que se não atendesse ao pedido dos Estados Unidos o Brasil poderia se tornar mais um “Quinta Coluna”, como ficou conhecido o serviço de espionagem que a Alemanha de Adolf Hitler espalhou pelo mundo.
Tal pressão surtiu efeito: cedemos Natal para os americanos e, a partir de então, tornamo-nos inimigos das forças do Eixo. Mas o motivo “oficial” da entrada brasileira na II Guerra Mundial foi outro: a frota alemã afundara navios civis brasileiros em nossas águas territoriais e foi este o fato que fez o Brasil declarar guerra � Alemanha e, por conseqüência, também a seus comparsas. Com a decisão de enviar tropas � Europa, o Exército brasileiro surpreendeu o povo, que sempre brincalhão dizia que nossos pracinhas só iriam � luta no dia em que cobra fumasse.
Teoricamente, o Palestra, apenas um time do futebol brasileiro, nada tinha a ver com tudo isso, certo? Mas um ato de Getúlio Vargas acabou fazendo nosso clube, literalmente, entrar na guerra. Por meio de um decreto-lei, assinado em junho de 1942, o presidente obrigava todas as instituições esportivas que tivessem nomes estrangeiros a mudar suas denominações. Por quê? Ninguém sabia explicar quais as vantagens que isso daria ao Brasil, mas lei é lei e, pelo menos naquela época, teve de ser cumprida.
Desta forma, o Germânia passou a ser Pinheiros; o Espanha, de Santos, Jabaquara; e o São Paulo Railway, Nacional. Até a Portuguesa de Esportes, que não precisava mudar nada, passou a se chamar Portuguesa de Desportos, se bem que ninguém viu muita diferença em tal alteração. Havia, naquela época, outros dois Palestras Itália no Brasil: um em Belo Horizonte e outro em Curitiba. Estes, claro, também tiveram de mudar seus nomes, passando a se chamar Cruzeiro o de Minas Gerais e Coritiba o do Paraná.
Mas a mudança mais traumática foi mesmo a nossa, a do Palestra Itália de São Paulo, pois que então, sem dúvida, já se tornara um dos grandes do futebol brasileiro. Houve profunda relutância por parte de diretores, conselheiros e torcedores em aceitar tal imposição governamental. E mais tarde nasceria o Palmeiras.
Títulos do Palmeiras
Títulos Internacionais
- Campeonato Mundial Interclubes da FIFA – 1951
- Copa Libertadores da América – 1999
- Copa Mercosul – 1998
- Troféu Ramón de Carranza (Espanha) – 1969, 1974 e 1975
- Torneio do México (México) – 1959
- Torneio Quadrangular de Lima (Peru) – 1962
- Torneio Cidade de Manizáles (Colômbia) – 1962
- Torneio de Florença (Itália) – 1963
- Torneio Pentagonal de Guadalajara (México) – 1963
- Copa IV Centenário do Rio de Janeiro (Brasil) – 1965
- Torneio Quadrangular João Havelange (Brasil) – 1966
- Copa Brasil-Japão (Japão) – 1967
- Copa da Grécia (Grécia) – 1970
- Torneio de Mar del Plata (Argentina – Uruguai) – 1972
- Copa Kirin (Japão) – 1978
- Torneio Euro-América (Brasil) – 1991, 1996
- Copa Imigração Italiana (Brasil) – 1975
- Copa Brasil Itália (Brasil) – 1994
- Torneio Lev Yashin (Russia) – 1994
- Torneio Naranja (Espanha) – 1997
Títulos Nacionais
- Campeonato Brasileiro – 1972, 1973, 1993 e 1994
- Torneio Roberto Gomes Pedrosa – 1967 e 1969
- Copa do Brasil – 1998
- Taça Brasil – 1960 e 1967
- Copa dos Campeões – 2000
- Campeonato Brasileiro Série B – 2003
Títulos Interestaduais
- Torneio Rio-São Paulo – 1933, 1951, 1965, 1993 e 2000
- Taça de Campeões Rio-São Paulo – 1926, 1934, 1942 e 1947
- Troféu Porto Alegre – 1936
- Torneio da Bahia – 1937
- Torneio do Paraná – 1938
- Torneio Quadrangular de Fortaleza – 1938
- Torneio de Inauguração do Pacaembu – 1940
- Torneio de Belo Horizonte – 1945
- Troféu Rio Grande do Sul – 1946
- Taça de Campeões São Paulo-Bahia – 1948
- Torneio Quadrangular São Paulo-Rio – 1952
- Torneio Quadrangular do Recife – 1955
- Torneio do Café – 1984
- Taça Maria Quitéria – 1997
- Taça Governador de Goiás – 1997
Títulos Estaduais
- Campeonato Paulista – 1920, 1926 (invicto), 1927, 1932 (invicto), 1933, 1934, 1936, 1940, 1942, 1944, 1947,1950, 1959 (supercampeão), 1963, 1966, 1972 (invicto), 1974, 1976, 1993, 1994, 1996 e 2008
- Campeonato Paulista Extra – 1926 (invicto) e 1938
- Taça Estadual de Campeões (Taça Competência) – 1920, 1926, 1927 e 1932
- Taça Ballor – 1926 e 1927
- Torneio Inicio do Campeonato Paulista – 1927, 1930, 1935, 1939, 1942, 1946 e 1969
- Taça dos Invictos – 1933, 1934, 1972, 1973, 1974, 1989
- Troféu Campeoníssimo – 1942
- Taça Cidade de São Paulo – 1945, 1946, 1950, 1951
- Torneio Roberto Ugolini – 1959, 1960
- Torneio de Classificação Paulistano – 1969
- Taça Piratininga – 1963, 1965 e 1966
- Torneio Laudo Natel – 1972
- Troféu Gazeta Esportiva – 1979
- Troféu José Maria Marín – 1987
- Troféu Athiê Jorge Coury – 1993
Títulos Honoríficos
- Campeão Honorário do Brasil – 1926, 1933 e 1947
- Campeão do Ano Santo – 1950
- Campeão das Cinco Coroas – 1950 e 1951
- Fita Azul (excursões ao exterior) – 1962, 1972 e 1994
- Troféu da IFFHS (Federação Internacional de História e Estatística de Futebol) – 1999
Títulos do Palmeiras B
- Torneio Internacional da Índia (Calcutá – Índia) – 2001
- Torneio China-Brasil – Taça Cristal (China) – 2004
- Taça Centenário do Estudiantes de La Plata (Argentina) – 2005
- Torneio Internacional de Bellinzona (Suiça) – 2007
Títulos do Segundo Quadro
Entre 1915 e 1940 foi disputado o campeonato paulista de segundos quadros, onde o Palestra Itália foi o maior campeão. Confira as conquistas:- 1917, 1919, 1920, 1922 (invicto), 1923, 1926 (extra), 1927, 1928, 1929, 1930, 1931, 1932, 1934, 1938 (extra)
Títulos do Palmeiras do Nordeste
- Campeão Estadual da Bahia 2º Divisão – 2001
- Campeonato Estadual da Bahia 1º Divisão – 2002
- Taça Estado da Bahia (Troféu Mario Sérgio Pontes de Paiva) – 2003
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