sábado, 3 de setembro de 2011

10 momentos históricos que transformaram o mundo

 

O ser humano com características físicas parecidas com a nossa, inclusive quanto ao tamanho e formato do cérebro, surgiu há cerca de 30 mil anos. Desde aqueles tempos pré-históricos, o homem começou a inventar, descobrir e realizar coisas que foram transformando a vida sob a face da Terra. Alguém inventou as ferramentas que eram de paus e depois de pedras (época da “idade das pedras”), o que significou uma grande transformação para aquelas diminutas populações. Em algum momento, eles inventaram a fala, que foi outro acontecimento que mudou o destino do ser humano.
Momentos Históricos
Foi também na época pré-histórica que o ser humano criou a arte, com suas esculturas e pinturas, ainda que não soubesse que aquilo era “arte” e ela não tivesse o significado e a função atuais. Um outro acontecimento pré-histórico importante foi a invenção da agricultura há cerca de dez mil anos.
Acrópolis
Com o passar dos séculos o homem evoluiu para uma vida em sociedade e civilizada, que se tornou cada vez mais complexa. No decorrer dessa trajetória alguns momentos históricos foram fundamentais para transformar os destinos da humanidade. Confira nas próximas páginas quais foram dez desses momentos que mudaram o mundo e que lhe deram a cara que ele tem atualmente.

A invenção da escrita

Na Mesopotâmia e no antigo Egito, há cerca de cinco mil anos, surgiu a escrita, uma forma de comunicação que praticamente separou a pré-História da História. Os sumérios e os egípcios foram os primeiros povos a desenvolverem códigos que permitiram registrar os acontecimentos de sua época, o cotidiano da população, os atos administrativos, a religião. Muito do que sabemos hoje do passado da civilização se deve à invenção da escrita. As primeiras formas dela foram a cuneiforme, dos sumérios, e os hieróglifos e a escrita demótica dos antigos egípcios.
Hieróglifo
Cerca de dois milênios depois, os fenícios, um povo comerciante que percorria o Mediterrâneo comprando, vendendo e trocando mercadorias, desenvolveram uma escrita que baseava-se em 26 caracteres que possibilitavam escrever todas as palavras existentes, e as que ainda seriam inventadas, em todas as línguas do mundo. Bem mais fácil e prático do que as escritas dos sumérios e dos egípcios, o código dos fenícios permitiu que a escrita se espalhasse pelo mundo.

A crença num só Deus

sociedades secretas
Durante milênios as civilizações antigas veneravam vários deuses. Egípcios, babilônios, gregos, escandinavos, bretões e romanos eram politeístas e suas divindades normalmente antropomorfas, com características similares a dos seres humanos. Há pouco menos de quatro mil anos, tribos localizadas entre o Egito e a Mesopotâmia em vez de idolatrarem várias divindades rezavam para um único deus. Segundo esse povo esse deus era mais poderoso e majestoso do que todos os outros e responsável pela criação de tudo que existia. Boa parte das histórias sobre esse povo encontra-se no Antigo Testamento, na Bíblia, e sua ideia de um deus único e invencível seria compartilhada pelas duas maiores e mais influentes tradições religiosas que se estabeleceriam no mundo: a judaico-cristã e a muçulmana.

O nascimento da filosofia

Entre seis e quatro séculos antes do nascimento de Jesus Cristo, vieramSócrates ao mundo homens que só com o ato de pensar mudaram o destino da civilização. Três deles praticamente inventaram e desenvolveram uma forma de raciocinar que fundaria a civilização ocidental: Sócrates, Platão e Aristóteles formaram o triunvirato que nos deu a filosofia, um modo de raciocínio baseado em argumentações e contra-argumentações. Na Grécia antiga, particularmente na cidade-estado de Atenas, esses três filósofos iniciaram a tradição de tentar compreender o mundo racionalmente, ato que estabeleceu os fundamentos da lógica e do pensamento científico. O método filosófico desenvolvido por Sócrates e Platão, e depois levado a um outro patamar por Aristóteles, resultava no desenvolvimento de novas visões sobre os assuntos em discussão, na busca por verdades universais.

A ascensão do Império Romano

Gregos, egípcios, judeus e fenícios já eram culturas antigas quando no século 3 a.C. Roma começou sua expansão. Povo ligado aos seus bens , perseverantes em relação aos seus objetivos e fiéis em relação as suas leis, os romanos tornaram-se guerreiros obstinados e fizeram de Roma uma cidade poderosa. Suas legiões de soldados eram temidas e à medida que venciam guerras e conquistavam regiões ricas e importantes como a Sicília, Cartago e a Gália, os romanos tornavam-se cada vez mais audaciosos.
Momentos Históricos
No século 1 a.C., Roma já era um Império, senhora absoluta do mundo ocidental. Com seus construtores admiráveis formou uma rede de estradas, aquedutos e construções fabulosas. Suas leis, sistemas administrativos e sua arte formaram um legado cultural que influenciou várias civilizações por séculos.

As grandes invasões

Momentos HistóricosNo século 4, o Império Romano era tão grande que tomar conta das suas fronteiras era uma preocupação constante e isso tinha de ser feito por exércitos cheio de tropas estrangeiras. Além disso, excluindo os cidadãos romanos, a maior parte da população era de escravos, os pesados tributos levavam a rebeliões, as epidemias de peste e a miséria dizimavam populações e o cristianismo conquistava cada vez mais adeptos que se recusavam a obedecer o imperador. O enfraquecimento do Império o tornou um alvo para povos sob seu domínio, como os germanos, como também para hordas de guerreiros vindas do Oriente, como os hunos. A queda do Império Romano levou a uma época de medo e insegurança, com as guerras constantes e a pilhagem das cidades. As incertezas levaram ao temor da feitiçaria e de demônios, e o cristianismo avançou como uma salvação. As populações migraram para o campo, levadas pelos nobres, e as cidades perderam importância. A economia passou a basear-se na troca e surgiu um sistema econômico feudal. Durante séculos o mundo ocidental mergulhou na escuridão da ignorância e da superstição.

O nascimento da burguesia

Momentos Históricos
Num período chamado de Baixa Idade Média, que começou no século 11, os comerciantes e artesãos que viviam nas cidades, que na maioria eram poucas, pequenas e com ruazinhas tortuosas, cansaram de viver a mercê dos senhores feudais. Como tinham dinheiro constituíram exércitos próprios e transformaram suas cidades em fortalezas. Esses habitantes das cidades, ou “burgos”, que ganhavam dinheiro e poder foram chamados de burgueses e passaram a não compartilhar mais dos valores que predominavam na Idade Média. O surgimento da burguesia e sua aliança política-econômica com monarcas resultou no fim da economia feudal e no surgimento do mercantilismo, no fortalecimento dos Estados nacionais, no início da era das grandes navegações e do colonialismo e na construção de uma nova consciência que prezava a liberdade de pensamento e que resultou num período artístico e comercialmente rico, denominado de Renascença.

O Iluminismo

Voltaire
O movimento de livre pensar e de ressurgimento do comércio na Renascença, no século 15, e que marcou o início da Idade Moderna atingiu seu apogeu com o Iluminismo. O movimento iluminista surgiu na Europa entre os séculos 17 e 18. Nesse período impressionantes transformações e desenvolvimentos ocorreram na filosofia, nas artes, nas ciências e na política. Na base da ideia iluminista estava considerar a lógica e a razão como os principais instrumentos para o homem conhecer o universo e aprimorar suas condições de vida. Foi uma época em que o principal objetivo do uso da razão foi dar ao ser humano conhecimento, liberdade e felicidade. Durante os cerca de duzentos anos do período iluminista, o homem pesquisou e descobriu mais coisas do que nos dois mil anos anteriores. A filosofia das Luzes, como era chamada por iluminar o período de “trevas” anterior, principalmente da Idade Média, tinha três princípios fundamentais: a tolerância, a razão e a benevolência.

A Revolução Francesa

Na segunda metade do século 18, os ideais iluministas estavam por toda parte. O sucesso dos norte-americanos em sua guerra pela independência (1775-1783) inspirou em várias partes do mundo o anseio por liberdade, igualdade e fraternidade e estimulou os sentimentos antimonarquistas. Na França, a caótica situação do país levou a uma violenta revolução que iniciou-se em 1789 e que consagraria os princípios iluministas através da Declaração dos Direitos do Homem e do Cidadão. Inspirado na Declaração de Independência dos Estados Unidos da América a base dela era o princípio de que todos os homens eram iguais e deveriam ser tratados de maneira igual diante da lei.
Revolução francesa
Nas décadas seguintes as ideias da Revolução Francesa espalharam-se pela Europa e depois pelo mundo, levando à consagração da república como novo modelo de governo e ao fim das nobrezas, substituídas pela burguesia.

A Revolução Industrial

Desde Galileu Galilei muitos pensadores e cientistas defendiam a ideia de que tudo na natureza podia ser observado sob um ângulo racional e matemático. Isso não era só um dos princípios mais importantes do Iluminismo como também possibilitou ao ser humano entender e explorar as energias naturais. Ao compreender, dominar e colocar essas energias a seu serviço o homem iniciou uma revolução sem precedentes, uma mudança que colocava essas forças como substitutas do trabalho humano.
Máquinas à vapor foram a base da Revolução Industrial
Na segunda metade do século 18 iniciou-se uma era de descobertas e invenções que remodelou cultural e economicamente as sociedades. A essas mudanças deu-se o nome de Revolução Industrial, um processo que estabeleceu as bases para um novo modelo de civilização. Saía a economia agrária e artesanal e passava a predominar uma baseada em máquinas e na produção industrial. A Revolução Industrial começou na Inglaterra a partir de uma sucessão de inventos mecânicos que possibilitaram dar ganhos de produtividade nunca antes imaginados ao trabalho humano. Uma transformação que provocou impactos socioeconômicos e culturais e que consolidou a burguesia urbana como a nova classe dirigente.

As Duas Grandes Guerras

Desde a Revolução Industrial, as principais potências do mundo, em busca de mercados para suas crescentes produções, partilharam o planeta, com suas colônias e áreas de influência. No começo do século 20 esse modelo esgotou-se e os países ricos temerosos uns dos outros constituíram exércitos fortes. Mas o desejo expansionista fez com que um incidente na Áustria na primavera de 1914 servisse de pretexto para aquele país declarar guerra contra a Sérvia. A Rússia tomou partido dos sérvios temendo a aproximação do exército austríaco de suas fronteiras e a Alemanha aliou-se à Áustria. A partir daí vários países europeus se envolveram e um conflito sanguinário – a Primeira Guerra Mundial – estendeu-se por mais de quatro anos com quase 20 milhões de mortos. A participação da Rússia na guerra foi um dos motivos para a revolução bolchevique que levou ao surgimento da União das Repúblicas Socialista Soviéticas.
O fim do conflito deixou entre outros legados uma situação de miséria e humilhação nas duas principais nações derrotadas: Áustria e Alemanha. Essa situação alimentaria a intolerância, a revolta e um perigoso nacionalismo nos anos seguintes. No fim da década de 1930, o povo alemão mergulhado na miséria e no desemprego foi levado a uma nova guerra. Essa Segunda Guerra Mundial teve de um lado países com governos autoritários, como Alemanha, Itália e Japão, e do outro países democráticos, como França, Inglaterra e Estados Unidos. Os conflitos desenrolaram-se de 1939 a 1945 e provocaram a morte de cerca de 70 milhões de pessoas. Ao final da guerra, emergiram duas superpotências com dois sistemas econômicos e políticos opostos: os Estados Unidos, com sua democracia liberal, e a União Soviética, com seu modelo de socialismo.

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